É
muito difícil julgar uma atitude polemica baseado em seus próprios
argumentos. Seres humanos são profundamente afetados por sua mentalidade e
sensibilidade, mas a maneira como reagimos a diversas situações é algo não
previsível diante das inúmeras experiências a que somos submetidos. Enquanto
alguns agiriam de forma repreensível por outros, é uma questão de tempo para
essa atitude ser repensada e considerada sobre os diversos ângulos que acabam
por ser apenas dois: razão e emoção. O que há tempos atrás era considerado
errado do ponto de vista social, hoje recebeu uma outra recepção.
Uma
relação homossexual entre professor e aluno, como a apresentada pelo seriado
True Love, estreado pela BBC. Na trama, vemos a professora Holly, solteira –
mas que mantem um romance (podemos chamar de romance? Não há amor ali..) com um
homem casado – que tenta lidar com uma sala indisciplinada e sem respeito algum
a sua autoridade; e uma de suas alunas, Karen, que não aprova a conduta
dos demais e acaba se aproximando de Holly.
Três
quebras na cartilha social: homossexualidade, relação amorosa entre professor e
aluno e o a diferença de idade entre as partes. Ainda mais chocantes quando
reunidas num pacote. A reação é quase unânime: os alunos caçoam e expõem as
duas ao ridículo, a mãe de Holly reprova o relacionamento, tentando chama-la “à
razão”.
Nessa
cena da mãe, em especial, me peguei pensando em como Holly estava
emocionalmente instável e infeliz com sua vida e sem perspectivas boas pela
frente. Diante disso, apoiei a atitude da sua mãe, que reagiu como a maioria
das mães reagiria ao saber que sua filha (adultíssima) está namorando uma de
suas alunas de 16 anos. Fiquei pensando que se ela não estivesse tão a flor da
pele com seus problemas, talvez não embarcaria numa relação como essa.
Acho
que é o que a maioria de nós pensamos, quando nos deparamos com algo fora da
conduta moral esperada: depois do choque...a explicação: tudo culpa da
fragilidade emocional. Porém, isso é o que alguém de fora pensaria. Uma analise
racional dos fatos... do fato que agrediu o que temos como certo e que logo é
errado. E é mesmo muito difícil entender as decisões e ações quando não temos
que toma-las.
Mas
elas, Karen e Holly, deveriam achar errado essa relação, quando ambas compartilhavam
do mesmo sentimento? A partir do momento em que você está vivendo algo, então
as duas consciências disputam.. Enquanto quem observa só tem posse apenas de
uma, pois mesmo que tente, não há como sentir-se igual.
Talvez
a relação entre Holly e Karen fosse verdadeira, mas talvez não. Não há como
saber. Talvez nem elas saibam e só terão chance de saber depois que o
tempo passar, quando conseguimos uma visão amadurecida do acontecimento, mas
perdemos o poder de agir em relação aquilo. Julgamentos são inerentes ao ser
humano, e curiosamente, costumam ser inflexíveis e taxativos, mas são fadados a
uma revisão constante – nem sempre rápida - e moldados pela mudança de
consciência e pensamento a que todos estamos submetidos a todo tempo, social e individualmente.
Hey, best!
ResponderExcluirAchei interessante esse post, q me fez ter uma conclusão muito irônica...
Quando chega a hora da decisão, ficamos com dúvida, nos perdemos e pensamos e repensamos mil vezes... mas precisamos tomar a decisão de qualquer forma.
Talvez pensemos mais tarde que as coisas poderiam ter sido melhores se tivéssemos agidos de outra forma. Como vc disse, estaremos com uma visão mais amadurecida de todo o fato.
Então... de qualquer forma, não adianta muito pensar demais, pq só saberemos se vai ser bom ou ruim depois. A única coisa q podemos fazer é, simplesmente, escolher. Escolher seguir o coração, ou a razão, ou a intuição... Ou até mesmo a opinião alheia por não conseguir fazer sua própria escolha...
Digo que é irônico pois na hora mesmo em q temos q decidir, não sabemos o que fazer, nem se acabará tudo bem... Somente depois de tudo passar.
Mas tudo bem. Como sempre dissemos: tudo acaba bem, se não está bem é pq ainda não é o fim. E o que tiver q ser, será.
Espero ver mais posts, hein! Vê se aparece logo!!
Saudades de você, bjs ;*
Pois é... é frustrante e ao mesmo tempo faz sentido, porque se a gente soubesse, ninguém nunca erraria nas decisões. Fácil demais.. E eu sabia que você ia gostar desse, futura psicóloga! ahhaha
Excluirps: de algum jeito só vi seu comentário agora, e ainda porque fui ver na inocência.. achei que não teria nada, obrigada best