Eu conheci esse
livro através de um vídeo do canal da Patrícia Pirota no Youtube. Diga-se de
passagem, o meu canal preferido. Ele
traz duas novelas, a primeira, que dá nome à obra, trata da produção de um
documentário sobre a morte, idealizado por Iron Korom. Deixando de lado as
prováveis complicações de filmagem, o diretor consegue três “atores” para o seu
filme, que são nada mais que pessoas comuns que beiram o leito de de morte.
A novela aborda
seu tema de forma extremamente prática, sem sentimentalismos (como já foi alertado
pela Patrícia em seu vídeo). Alguns momentos e pensamentos dos três personagens
antes da morte são mostrados. Mas novamente: sem teor filosófico. A morte nua e
crua. Por mais contraditório que pareça, é essa abordagem racional que deixa o
livro surreal. Personagens lidando com a morte de modo displicente, sem dar muita
importância ao fato, me incomodaram em certos momentos. Especialmente, porque
essa atitude não vem dos próprios doentes, mas dos que os rodeiam, amigos e familiares.
A parte de Mariska
(outra enferma) foi, para mim, a melhor do livro. Tanto a própria personagem,
como a mãe dela e a família Nuófer foram muito bem construídas, gostei muito.
Não é uma leitura
densa, apesar de tudo. O autor soube muito bem conduzir a historia de forma
leve, transmitindo aos seus personagens, ironia e desprendimento, sem, no
entanto, deixá-los rasos. Senti falta de mais reflexão. Uma provocação ao
leitor, um algo a mais, mas talvez isso seja por minha conta.
A segunda novela,
trata do período em que “A família Tóth” recebe como hóspede, o major Varró, a
pedido do filho que está em combate na guerra. A todo momento tentam agradá-lo de
forma a garantir ao filho, mais conforto e segurança futuros.
O único
“problema” é que todos nessa historia parecem completamente pirados! Os
diálogos e as reações diante de coisinhas ínfimas são bizarras, e todos parecem
concordar com essa insanidade. Não vou comentar esses casos, porque estragaria um
pouco se você resolver ler, mas quem o fizer, vai entender.
Com isso, várias
vezes ri e achei o conto bem humorado, entendendo
a intenção do autor chamando atenção para essas atitudes. Mas, em outras, me
deu raiva. E, apesar disso, eu sentia vontade de continuar lendo. O final foi um
dos mais surreais que já vi. Nem tentei entender. Eu fiquei tipo: “Ele fez isso
mesmo??”. Mas confesso, que depois da incredulidade, me veio a satisfação... Se
fosse eu, no lugar do Tóth, não faria, mas gostaria de fazer o mesmo.
Resumindo: gostei,
levando em conta o livro como um todo. Mas não achei a ultima coca-cola do deserto,
então não é algo que eu leria novamente. Vale o entretenimento, pois o autor
escreve muito bem.
3 estrelas
PS: vídeo de Patrícia
sobre o livro - A morte em Andreiev, Tolstói, Örkény e Lessa [Leituras de MininaMá #14]
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