A história tem
como personagem central, Briony Tallis, primeiramente aos 13 anos de idade, quando
num verão em sua casa, com a família reunida, ela presencia momentos que mais
tarde virão a fazê-la cometer um grande erro. Ao mesmo tempo inteligente e
criativa, também lhe faltam conhecimento de mundo e perspicácia. Diante da
estranha cena em frente a fonte, protagonizada por sua irmã Cecília e o Robbie
Turner, Briony já desperta dentro de si sua imaginação dos fatos. Mais tarde,
na biblioteca, ao se deparar com outra cena que ela não entendeu, acabou por
tomar como certa sua suposição e deturpar ainda mais a realidade. Unindo os
pontos dentro de sua cabeça, logo resolve ela própria, o crime sofrido por sua
prima, Lola, estuprada na mesma noite. Anos mais tarde ela percebe seu erro, ao
ter condenado um homem inocente à prisão, ter ruído com a união da família –
que se antes não era tão forte, pelos menos os mantia em harmonia – e ter
mudado com seu movimento de julgamento, vidas não voltariam a serem as mesmas.
O livro é
dividido em três partes: a primeira, e maior de todas, concede ao leitor uma
ampla visão dos acontecimentos daquele fatídico dia, o pré-julgamento feito por
Briony e sua conseqüência. Confesso que apesar de reconhecer a importância de
apresentar os personagens e as circunstâncias da historia, achei esse momento
do livro muito maçante. O autor usa metade do livro para fazer essa apresentação.
Usa e abusa de muita descrição. Foi só depois das primeiras cem páginas que
consegui engrenar. E ainda aos trancos e barrancos. Porém, gostei da imersão na
personalidade de Briony, mostrando-a como precoce em certos aspectos, mas
bastante imatura em outros. Me
identifiquei com ela por conta de sua ambição em relação à escrita. E por sua
fantasia e constante imaginação de um mundo paralelo, de onde criava suas
historias. Para mim foi a única parte prazerosa desse primeiro trecho do livro.
A segunda parte,
inicia-se já com Robbie no exército, durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar
de permanecer na terceira pessoa, vimos suas experiências de guerra, seu
constante pensamento em Cecília e o anseio pelo momento em que poderiam ficar
juntos e sua busca por explicar para si a atitude impulsiva de Briony. E mostra
rapidamente o desenrolar dos acontecimentos pós verão de 1935. Achei bem
interessante a visão da guerra, por parte de Robbie.
A terceira, trata
da iniciação de Briony como estagiária de enfermagem. Sua rotina, sua culpa, o
distanciamento da família, a busca pela reparação de seu ato. Essa era a parte
pela qual eu esperei durante todo o livro, enquanto fui exposta a revoada de
informação da apresentação. Quando busquei o livro, minha esperança era ver a consciência
de Briony, seus pensamentos, suas atitudes, o desenrolar da historia. Mas muito
tempo foi gasto na introdução, apressando de certa forma o desenvolvimento. Isso
me frustrou bastante.
Então, vou dizer,
fiquei desapontada com o livro. Tem premissa boa, mas não gostei de como
McEwan narrou a historia. Em vários momentos quase larguei o livro de vez, mas
resisti porque queria resenhá-lo. Não é um livro ruim, mas achei uma obra
mediana, porque apesar de seus bons momentos, não me prendeu a ponto de não querer
abandoná-lo e nem de longe despertou minha paixão.
2 estrelas
PS: As cenas são do filme, de nome Desejo e Reparação, que ainda não vi. Na verdade nem sei se verei, mas
se o fizer, comento.
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