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quarta-feira, 13 de março de 2013

Resenha: Reparação

Ian McEwan, Editora Companhia das Letras


A história tem como personagem central, Briony Tallis, primeiramente aos 13 anos de idade, quando num verão em sua casa, com a família reunida, ela presencia momentos que mais tarde virão a fazê-la cometer um grande erro. Ao mesmo tempo inteligente e criativa, também lhe faltam conhecimento de mundo e perspicácia. Diante da estranha cena em frente a fonte, protagonizada por sua irmã Cecília e o Robbie Turner, Briony já desperta dentro de si sua imaginação dos fatos. Mais tarde, na biblioteca, ao se deparar com outra cena que ela não entendeu, acabou por tomar como certa sua suposição e deturpar ainda mais a realidade. Unindo os pontos dentro de sua cabeça, logo resolve ela própria, o crime sofrido por sua prima, Lola, estuprada na mesma noite. Anos mais tarde ela percebe seu erro, ao ter condenado um homem inocente à prisão, ter ruído com a união da família – que se antes não era tão forte, pelos menos os mantia em harmonia – e ter mudado com seu movimento de julgamento, vidas não voltariam a serem as mesmas.


 O livro é dividido em três partes: a primeira, e maior de todas, concede ao leitor uma ampla visão dos acontecimentos daquele fatídico dia, o pré-julgamento feito por Briony e sua conseqüência. Confesso que apesar de reconhecer a importância de apresentar os personagens e as circunstâncias da historia, achei esse momento do livro muito maçante. O autor usa metade do livro para fazer essa apresentação. Usa e abusa de muita descrição. Foi só depois das primeiras cem páginas que consegui engrenar. E ainda aos trancos e barrancos. Porém, gostei da imersão na personalidade de Briony, mostrando-a como precoce em certos aspectos, mas bastante imatura  em outros. Me identifiquei com ela por conta de sua ambição em relação à escrita. E por sua fantasia e constante imaginação de um mundo paralelo, de onde criava suas historias. Para mim foi a única parte prazerosa desse primeiro trecho do livro.



A segunda parte, inicia-se já com Robbie no exército, durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de permanecer na terceira pessoa, vimos suas experiências de guerra, seu constante pensamento em Cecília e o anseio pelo momento em que poderiam ficar juntos e sua busca por explicar para si a atitude impulsiva de Briony. E mostra rapidamente o desenrolar dos acontecimentos pós verão de 1935. Achei bem interessante a visão da guerra, por parte de Robbie.


A terceira, trata da iniciação de Briony como estagiária de enfermagem. Sua rotina, sua culpa, o distanciamento da família, a busca pela reparação de seu ato. Essa era a parte pela qual eu esperei durante todo o livro, enquanto fui exposta a revoada de informação da apresentação. Quando busquei o livro, minha esperança era ver a consciência de Briony, seus pensamentos, suas atitudes, o desenrolar da historia. Mas muito tempo foi gasto na introdução, apressando de certa forma o desenvolvimento. Isso me frustrou bastante.


Então, vou dizer, fiquei desapontada com o livro. Tem premissa boa, mas não gostei de como McEwan narrou a historia. Em vários momentos quase larguei o livro de vez, mas resisti porque queria resenhá-lo. Não é um livro ruim, mas achei uma obra mediana, porque apesar de seus bons momentos, não me prendeu a ponto de não querer abandoná-lo e nem de longe despertou minha paixão.

2 estrelas 


PS: As cenas são do filme, de nome Desejo e Reparação, que ainda não vi. Na verdade nem sei se verei, mas se o fizer, comento. 

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